Foram entregues 5 estações de bicicletas compartilhadas na UnB e 3 estações na Praça da Justiça. Apenas 2% dos deslocamentos diários no DF são com bicicleta.

Por Bianca Marinho*, G1 DF

O governador do DF, o secretário de Mobilidade e a reitora da UnB em frente a estação (Foto: Bianca Marinho/G1).

O governador do Rodrigo Rollemberg anunciou nesta quarta-feira (9) a ampliação da infraestrutura cicloviária do Distrito Federal em 218 km até dezembro de 2018 e a entregou de 8 novas estações de bicicletas compartilhadas. A iniciativa integra o “+ Bike”, plano de ciclomobilidade lançado nesta quarta com o objetivo de aumentar a malha cicloviária, que atualmente é de 420 km na capital.

Na Universidade de Brasília (UnB), foram inauguradas cinco novas estações de bicicletas compartilhadas. As estações estão localizadas no Centro Olímpico, na Biblioteca Central, ICC Sul, Pavilhão Anisio Teixeira e Instituto de Artes. Na Praça da Justiça, foram instalados três novos pontos.

“Estamos com várias ciclovias importantes sendo construídas e é importante ter o projeto para buscar os recursos. Temos que criar a cultura da bicicleta e do respeito ao ciclista. [...] Nossa expectativa é que a ciclovia que liga Taguatinga ao Plano Piloto esteja em funcionamento até o fim deste ano ou início de 2018”, disse o governador.

Bicicleta infantil a ser instalada no Parque da Cidade em dezembro (Foto: Bianca Marinho/G1)

Integração

Apenas 2% dos deslocamentos diários no DF são realizados com bicicletas, o que representa 77 mil viagens, segundo dados do Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do DF. O secretário de Mobilidade Fábio Damasceno diz que o objetivo é fazer a conexão entre as regiões e as ciclovias.

“420 km de ciclovia é muito, mas não existe uma continuidade. Não existe uma rede. É uma das principais reclamações do usuário de bicicletas. Criar rotas para resolver esse problema."

"O DF tem potencial de receber até 1200 km de ciclovia até 2023."

Damasceno também afirmou que mais 60 estações serão entregues nas regiões administrativas e 150 bicicletas serão integradas nos terminais BRT do Gama, Santa Maria e Parkway. Nas estações dos terminais, os usuários poderão ficar até 14 horas com as bicicletas.

Os usuários das bicicletas compartilhadas poderão adquirir três tipos de planos: diário por R$ 3, mensal por R$ 6 e anual por R$ 10. O acompanhamento do uso e da disponibilidade de bicicletas pode ser realizado a partir de um aplicativo que já está disponível. O programa também prevê a entrega de 3 mil paraciclos, suportes para estacionamento de bicicletas.

Segundo o secretário, as estações de bikes atuais serão trocadas por estas novas, do Circula Brasília, de cor verde. A troca já começou e não vai trazer gasto para o governo, declarou. Ele informou que o contrato de patrocínio do Itaú foi encerrado em agosto do ano passado. No entanto, o contrato com a Serttel, empresa responsávelo pelo serviço, continua até 2020.

Bicicletas alinhadas para demonstração (Foto: Bianca Marinho/G1)

Para universitários

A reitora da UnB, Márcia Abrahão, disse que as novas estações de bicicleta compartilhada contribui para a segurança dentro do campus Darcy Ribeiro, mas pondera que é necessário fazer o metrô chegar até a universidade.

“A UnB tem hoje 60 mil pessoas que circulam, somos uma microcidade. Além de um legado, significa pensar na segurança da nossa comunidade, mais uma oportunidade da comunidade acadêmica se locomover. Quem sabe o metrô não chega aqui? Fica aí mais um pedido.”

O representante da ONG União dos Ciclistas do Brasil, Yuriê Batista César, critica a falta de debates e avalia que apenas com a implantação será possível verificar se realmente o investimento terá efetividade.
“Não teve participação popular, foram chamadas cinco ou seis pessoas para uma reunião, mas não houve audiência pública. O detalhamento, de fato, a gente não sabe. Se continuar sem continuidade não vai servir para nada e se não tiver educação no trânsito, 1,2 mil km não vão resolver nada.”

Criança demonstra pedalar em bicicleta (Foto: Bianca Marinho/G1)

* Sob supervisão de Maria Helena Martinho