O frevo e o samba se uniram no Galinho de Brasília, bloco tradicional que há 25 anos movimenta o carnaval da cidade. Embora o frevo seja o ritmo que embala o bloco, inspirado no Galo da Madrugada de Recife, a festa hoje (25) teve a participação da bateria da escola de samba Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro (Aruc). Pandeiro, tamborim, passistas e porta-bandeira aqueceram o público que depois dançou ao som do frevo.
Pessoas de todas as idades marcaram presença no bloco desde a concentração, por volta das 15h. Não faltaram fantasias com perucas coloridas, tiaras com orelhinhas de coelho e gato, mulheres com bigode, homens vestidos de mulher, confete e serpentina.
O público vibrou com o samba da bateria da Aruc, no início do Galinho e, por volta das 18h começou o frevo, tocado por uma orquestra e dançado com as tradicionais sombrinhas coloridas. Em seguida, o bloco saiu, seguido pelo público rumo ao bairro da Asa Sul.
“O forte do Galinho é o frevo. Vamos mostrar a música com o frevo de rua, o frevo de bloco, o frevo canção, com a orquestra, e temos também o passista com sua sombrinha numa simbiose quase perfeita entre o corpo e o espírito do frevo”, diz o fundador e conselheiro do Galinho, Romildo de Carvalho.
O Galinho de Brasília começou em 1992, quando um grupo de amigos não pode ir ao Recife aproveitar o carnaval no famoso Galo da Madrugada e resolveu “importar” para Brasília um pouco da festa do bloco recifense. Romildo de Carvalho conta que a festa começou com pouco mais de cem participantes e foi crescendo.
A bancária Kely Santana, de 33 anos, é uma das pessoas que faz crescer o público do Galinho. Fantasiada de cangaceira, ela conta que foi ao bloco pela primeira vez há quatro anos e, desde então, não perde um carnaval do Galinho. “É um bloco que reúne famílias, vem desde a criança de colo até a avó. Nos últimos anos, o carnaval de Brasília melhorou muito e temos que aproveitar essa festa tão bonita em nossa cidade”, disse.
Com 67 anos, o passista da Aruc, Jorge Chula, também comemora a animação do carnaval de Brasília. Ele se apresentou com a escola de samba e celebrou a participação da Aruc no Galinho. Jorge Chula conta que quando chegou a Brasília, na década de 70, não havia o carnaval de rua como hoje. “Se tivesse bloco era só de barzinho, agora sim, temos carnaval como o do Galinho e outros blocos que garantem a festa do brasiliense”.
Com a redução de patrocínio esse ano, em função da crise financeira, o Galinho de Brasília faz uma campanha para arrecadar recursos para ajudar na festa com a venda de camisetas e por meio de contribuições via internet. “No momento em que nada acontece em termos de apoio governamental, que entendemos que está difícil, é importante que todos ajudem a fazer a festa”, diz o fundador do bloco, Romildo de Carvalho.
Mesmo com a chuva que caiu pouco antes da concentração do Galinho, a organização do bloco estimou que até 80 mil pessoas passassem por lá neste sábado, até o fim da festa. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, até as 18h o Galinho reuniu cerca de 2 mil pessoas. Outro bloco que atraiu foliões hoje no DF foi o Babydoll de Nylon. Foram 160 mil, de acordo com a secretaria.
Na segunda-feira (27), o Galinho volta a desfilar com concentração no Setor de Autarquias Sul. “Convocamos as pessoas para virem com essa disposição de fazer um carnaval tranquilo, com muita paz e trazendo a família”, disse Carvalho.
FONTEAgência Brasil
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