“Ele me enforcou, enforcou e eu me fingi de morta”, conta sobrevivente de Marinésio

Janaína Lopes. Foto: Reprodução/Facebook

Por Vanessa Lipelt
vanessa.lipelt@grupojbr.com

“Podia ser eu, eu podia estar morta”. Foi assim que Janaína Lopes, de 25 anos, começou o seu relato em primeira mão ao Jornal de Brasília sobre a noite em que foi atacada, em 2015, por Marinésio dos Santos Olinto, assassino confesso de Letícia de Sousa Curado e Genir Pereira de Souza.

Janaína conta que estava na parada de ônibus perto do Hospital de Planaltina, por volta das 22h. “Eu estava voltando da escola para casa quando vi um carro se aproximando de mim. Eu fui me afastando”, recorda a atendente que, à época, tinha 21 anos. “Ele saiu do carro, me agarrou por trás com uma faca.”

Daí em diante, o enredo se assemelha ao relato de outras vítimas. Marinésio teria mandado Janaína seguir conversando com ele, como se fossem amigos. “Ele foi descendo comigo e me levando para o mato a pé. Eu pedi a ele que não me machucasse”, relata a jovem. O terror durou cerca de três horas.

Janaína conta que ao adentrar o mato, na escuridão, o cozinheiro a jogou no chão e começou a beijá-la que se debatia na tentativa de não ser estuprada. “Ele me agrediu muito. Disse que era para eu deixar ele fazer o que queria senão me mataria”, conta Janaína, como que fazendo coro ao relato de outras vítimas que disseram ter ouvido a mesma ameaça. “Ele me enforcou, enforcou e eu fingi que estava morta.”

Ao pensar que a mulher estivesse sem vida, Marinésio se descuidou. Janaína conta que puxou o ar e desferiu um chute no maníaco. “Eu saí correndo e, ao avistar um guarda de moto, pedi ajuda. Marinésio fugiu correndo pelo mato.”

Janaína diz que ao saber da prisão de Marinésio trouxe à tona o pavor daquela noite. “Quando eu liguei a TV e vi a foto dele…me senti muito mal. Foi viver novamente aquela noite. Lembrei de cada detalhe”, desabafa a jovem mulher.

Nos próximos dias, Janaína deve procurar a polícia prestar depoimento. Ela tem medo. “Mas isso não pode ficar impune. Estou muito mal por isso.”
Saiba mais

Marinésio dos santos Olinto, foi preso na última segunda-feira (26) pelo assassinato da advogada Letícia de Sousa Curado que estava desaparecida desde o dia 23 de agosto. O corpo de Letícia foi encontrado dentro de uma manilha, às margens da DF-250, próximo ao Vale do Amanhecer, em Planaltina. A jovem morreu estrangulada após pegar carona com Marinésio, que teria tentado abusar sexualmente da vítima.

Na delegacia, já preso, o cozinheiro confessou o assassinato de outra mulher, Genir Pereira de Souza, nas mesmas circunstâncias que a morte de Letícia.