Mostra foi inaugurada nesta terça-feira (3) no Palácio do Buriti e ficará aberta ao público até o próximo dia 13.
Na Síria, Razan era professora de inglês para crianças e nunca tinha saído de sua cidade natal, Alepo. Com a guerra e a intensificação dos bombardeios, no entanto, ela foi forçada a sair de seu país em 2014. Como muitas outras pessoas em situação de refúgio, Razan não conseguiu emprego em sua área de conhecimento e teve que descobrir novos talentos. Com muita determinação, ela abriu o Razan Comida Árabe e refez sua vida no Brasil.
Histórias como a dela e de outras 12 mulheres que foram obrigadas a sair de seus países são retratadas na exposição fotográfica “No Fluxo: Reflexos da Migração e Refúgios de Mulheres no Brasil”. A mostra foi inaugurada nesta terça-feira (3) no Palácio do Buriti (veja mais no vídeo abaixo) e ficará aberta ao público até o próximo dia 13 de setembro, em dias úteis das 8h às 17h.Razan nunca tinha saído de sua cidade natal, na Síria. Mas, com a guerra, em 2014, foi forçada a sair de seu país e refez sua vida no Brasil
As imagens expressam trajetórias individuais de mulheres que tiveram suas vidas marcadas pela grande crise humanitária da atualidade e hoje vivem em segurança no Brasil. “Trazer essa exposição para o Palácio do Buriti provoca em nós, autoridades, a sensibilização de olhar para esse público de forma mais presente promovendo políticas públicas que garantam aos refugiados direitos fundamentais assegurados por lei, sejam brasileiros ou não”, afirmou o vice-governador Paco Britto, que representou o governador Ibaneis Rocha na abertura da exposição.
“Nosso governo buscará promover, por meio da Secretaria da Mulher, o acolhimento, a segurança, a paz e a justiça aos que precisam. Queremos um Distrito Federal que respeite as mulheres, que combata a cultura da violência e que acolha com amor qualquer irmão, seja da nossa nação ou não”, ressaltou o vice-governador.Paco Britto: queremos um Distrito Federal que respeite as mulheres, que combata a cultura da violência e que acolha com amor qualquer irmão, seja da nossa nação ou não. Fotos: Vinícius Melo / Agência Brasília
Visitação de estudantes
O Buriti é o quarto local a receber a exposição, realizada pelo Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), do Ministério da Justiça, pela Defensoria Pública da União (DPU) e pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Alunos da rede pública de ensino irão visitar a exposição até 13 de setembro.
Ela foi inaugurada em junho do ano passado e foi exibida simultaneamente no Ministério da Justiça e na Estação Central do Metrô de Brasília, na Rodoviária do Plano Piloto, como parte das comemorações do Dia Mundial do Refugiado, celebrado em todo o mundo em 20 de junho.
Em março deste ano, a mostra passou pela Câmara dos Deputados durante a programação do Dia Internacional da Mulher no Congresso Nacional. Ela fica em exposição permanente na sede da DPU.
São 16 fotografias, que retratam 13 mulheres, refugiadas ou migrantes, que superaram perseguições, violências e discriminações e que foram atendidas, em algum momento entre 2016 e 2018, por uma das três entidades que organizam a exposição.
Mulheres em situação de refúgio
Cruzar fronteiras arriscando a própria vida é a realidade de diversas pessoas espalhadas pelo mundo. Migrar em busca de melhores condições de vida é um direito humano universal. Segundo a Defensoria Pública da União, milhões de pessoas são vítimas de deslocamentos forçados. No Brasil, as mulheres são parte representativa das pessoas em situação de refúgio. Em todos os hemisférios, são praticamente a metade.Exposição é aberta ao público até 13 de setembro, em dias úteis das 8h às 17h
A secretária da Mulher, Ericka Filippelli, afirmou que o GDF assinou um acordo de cooperação técnica com a Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP) para a realização de uma consulta sobre saúde das mulheres em situação de violência no DF para a implementação de políticas públicas que atendam todas as mulheres do DF, inclusive as migrantes. Segundo ela, a Secretaria da Mulher pretende analisar a violência contra as mulheres migrantes na pesquisa. “Precisamos direcionar nossos olhares para essas mulheres, que não são poucas”, afirmou. “As mulheres do mundo não são diferentes das da nossa nação”, ressaltou.
Agência Brasília
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