Rodoviários farão paralisação de 24 horas nesta quinta-feira (21)
Quem anda de ônibus precisa se preparar: os rodoviários vão fazer uma paralisação de 24 horas amanhã. Diferentemente da última suspensão dos serviços, que pegou os passageiros de surpresa, essa foi avisada com 72 horas de antecedência, conforme prevê a lei. A categoria exige reajuste de 6% no salário, 7% no tíquete-alimentação, 7% na cesta e 15% nos planos. Mas a decisão ainda pode ser suspensa caso as empresas apresentem um novo acordo.
Segundo o Sindicato dos Rodoviários, os ônibus vão parar de circular de madrugada, a partir das 4h de quinta-feira. Os trabalhadores ainda aguardam por uma liminar que determinará o percentual de coletivos obrigados a rodar. Além desta paralisação, o sindicato convocou uma assembleia no próximo domingo para definir se será iniciada nova greve na segunda-feira, por tempo indeterminado.
As empresas de ônibus e o sindicato estão em discussão desde o mês passado tentar um acordo sobre os reajustes. A última reunião aconteceu com a mediação do Tribunal Regional do Trabalho, na sexta passada. A desembargadora Maria Regina Machado Guimarães sugeriu que o reajuste salarial fosse de 4,75%, 5% no tíquete, 5,5% na cesta básica e 13,5% nos planos de saúde e odontológico.
“O sindicato aceitou levar a proposta da desembargadora para a categoria, mas as empresas rejeitaram. Posteriormente, os patrões fizeram uma outra sugestão, mas fora do tribunal. No entanto, essa proposta não resolveria o problema do plano de saúde”, afirma o diretor do Sindicato dos Rodoviários, João Osório.
Ele assegura que os rodoviários estão dispostos a chegar a um consenso. “Estamos flexíveis. Mas precisamos de um reajuste mínimo de 15% do plano de saúde. Já falamos que o reajuste salarial pode ser inferior ao que propomos”, alega o diretor do sindicato. As empresas propuseram reajuste de 4,3% no salário e 4,5% no tíquete e cesta básica, e sugeriram que os ajustes de plano de saúde e odontológicos fossem discutidos separadamente.
Procurada, a Associação das Empresas Brasilienses de Transporte Urbano de Passageiros (Abratup) informou que não vai comentar a respeito da paralisação de quinta-feira.
Em nota publicada ontem pelo JBr., a Secretaria de Mobilidade assegura que acompanha as negociações. Na avaliação da pasta, a categoria quer ganhos reais que não refletem a realidade econômica do País.
O impasse quanto ao reajuste segue tramitando na Justiça do Trabalho. Os dissídios coletivos de greve deverão ser distribuídos para um desembargador relator, que passará a conduzir o processo até seu julgamento pela 1ª Seção Especializada do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. Durante a tramitação do processo, contudo, as partes podem continuar negociando sem a mediação do TRT-10 e, se chegarem a um acordo, pedir a homologação ao Tribunal.
Raphaella Sconetto - JBr
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