Foto: Kléber Lima

Os brasilienses ainda enfrentarão a falta de ônibus nessa volta para casa. Mesmo com a determinação da Justiça de retorno imediato, a situação só vai normalizar na madrugada desta terça-feira (29). Esse foi o acordo fechado entre os representantes de empresas e rodoviários após audiência no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) no fim desta tarde.

A suspensão da greve ocorreu, mas o sindicato dos rodoviários alegou que não seria logisticamente possível colocar os ônibus na rua no horário de pico. Apesar da decisão, nesta quarta (30) haverá uma nova reunião entre as partes com a vice-presidente do TRT, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães, para decidir o que vai ser feito daqui para a frente. O GDF também foi chamado a participar.

Devido à ausência dos ônibus, a Rodoviária do Plano Piloto, que em geral fica lotada por volta das 18h, se encontra bem mais vazia que de costume. Já o metrô foi a saída encontrada por muitos brasilienses para não ficar à mercê dos piratas.

Mesmo com a decisão, o Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER) informou que continuará mantendo as faixas exclusivas da EPTG e EPNB liberadas até às 23h59 desta terça (29).

Determinação da Justiça

Mais cedo, a Justiça do DF determinou que 100% dos ônibus continuassem circulando no horário de pico. Ainda segundo a decisão, a frota deveria ser mantida pela metade nos demais horários ao longo do dia. Em caso de desrespeito à determinação, a multa diária seria de R$ 1 milhão.

Reivindicação

A categoria dos rodoviários não está satisfeita com o reajuste conseguido no início de julho. De acordo com José Carlos da Fonseca, diretor da entidade, a paralisação ocorre para pressionar a conclusão da data base da categoria. “Nosso objetivo era um reajuste de 10%. Nos ofereceram 4% com promessa de, em 30 dias, repassarem um ganho real. Agora as empresas voltaram atrás”, explica.

Agora, a nova proposta da associação é aumentar o reajuste salarial para 4,5%, ticket para 5%, cesta básica para 6%, plano de saúde e odonto para 12%. Mesmo assim, em assembleia no fim da noite de ontem, os rodoviários decidiram parar.

Governo considera ato ‘irresponsável’

Em nota, o GDF disse que “considera irresponsável e desrespeitosa a paralisação” e afirmou que os rodoviários não cumpriram “os requisitos básicos da lei de greve, como a realização de assembleia e a publicação de aviso de greve, o que também surpreendeu o governo.

Segundo a nota, “a categoria já está recebendo, desde o mês de maio, o reajuste referente à inflação, mas infelizmente quer ganhos reais que não refletem a realidade econômica do País”. No texto, o governo diz que tem acompanhado há meses as negociações entre rodoviários e empresas, e tem tentado mediar soluções para as partes. O governo garantiu que já acionou a Justiça pedindo a manutenção e a continuidade do serviço público.