Um grupo formado por lideranças de Taguatinga se reuniu na noite de hoje, 7 de agosto, no auditório de eventos da Associação Comercial e Industrial de Taguatinga – ACIT. Na pauta, o assunto que vem tirando o sono dos taguatinguenses mais apaixonados: a anexação do Taguaparque à poligonal da Cidade de Vicente Pires como compensação ambiental para viabilizar a regularização fundiária daquela cidade.
Na reunião, que contou com a presença do presidente da ACIT Justo Magalhães, do coordenador do Movimento Taguatinga Unida – MOVITU e ex-administrador de Taguatinga Ronaldo Seggiaro e do ex-deputado distrital Washington Mesquita, entre outros, foram discutidas as tratativas para as atividades do grupo em defesa da permanência do parque no domínio de Taguatinga.
Entre os assuntos, ficou agendada uma carreata pelas principais ruas de Taguatinga no dia 26 de agosto, a partir das 9 horas da manhã, com as participações já confirmadas de grupos de motociclistas, do Jeep Clube e várias outras entidades e associações de moradores.
Além disso, serão distribuídos nas igrejas católicas e templos evangélicos mais de 10 mil adesivos para carros com a chamada “Taguaparque é Taguatinga” e mais de 10 mil panfletos convocando para a carreata, cujo percurso, que está sendo discutido com as autoridades de segurança pública, será comunicado para a população na próxima segunda-feira, dia 14 de agosto.
ENTENDA O CASO:
A Colônia Agrícola Vicente Pires, pra virar uma cidade, tem que oferecer como compensação ambiental pela devastação ecológica provocada por sua ocupação desordenada, 12% do seu traçado poligonal em área verde, índice imposto pelo SNUC – Sistema Nacional de Unidade de Conservação, implantado pela Lei 9.985/2000. Como não existe nenhuma área nos limites da região que possa ser anexada, a solução sugerida então foi a de anexar o parque - a única área aparentemente disponível - à poligonal da Vicente Pires.
Não vai ser assim tão fácil!
O Taguaparque, que leva o nome de Taguatinga, só existe porque vários taguatinguenses ao longo de 25 anos se empenharam em conseguir transformar uma área abandonada, habitada por drogados, escura e perigosa e negligenciada pelo poder público em um local de lazer e ponto de encontro.
É quase impossível definir a paternidade do parque. Mas a maternidade é indiscutível: Taguatinga é a mãe do Taguaparque!
Os cidadão e cidadãs taguatinguenses, que já estão indignados com a notícia de que o parte comercial do Pistão Sul vai compor a poligonal de Águas Claras, prometem sair às ruas para protestar.
“Taguatinga merece respeito”! Esbraveja Ronaldo Seggiaro, ex administrador da cidade e um dos coordenadores do Movimento Taguatinga Unida – Movitu. “Estamos cansados do descaso com que o governo de Brasilia trata nossa cidade”, diz Seggiaro. Ele conta que ao longo de sua historia viu Taguatinga diminuir de tamanho de forma arbitrária e sem a participação da comunidade.
“Querem tirar o Taguaparque, que é de Taguatinga, para compensar a omissão do poder publico que nunca fiscalizou a ocupação desordenada que causou a devastação da área verde que existia na Vicente Pires”, defende Justo Magalhães. O presidente da ACIT sugere que a Novacap procure outra área para fazer a compensação e indica o Assentamento 26 de Setembro, na Estrutural como uma possível solução. “Não vamos aceitar que Taguatinga vá para o sacrifício para consertar os erros dos outros”, completa Justo.
Fonte: Folha da Comunidade
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