Tarifas de linhas circulares internas sobem de R$ 2,25 para R$ 2,50; de ligação curta, de R$ 3 para R$ 3,50; e as de longa distância, integração e metrô, de R$ 4 para R$ 5
Os preços das passagens de ônibus em Brasília vão aumentar na segunda-feira (2). Sobem de R$ 2,25 para R$ 2,50 as linhas circulares internas; de R$ 3 para R$ 3,50 as de ligação curta; e de R$ 4 para R$ 5 as viagens de longa distância e integração e as de metrô.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade, o reajuste é necessário para acompanhar a elevação de custos do sistema, manter as gratuidades para estudantes e pessoas com deficiência e compensar os quase dez anos de congelamento das tarifas, enquanto outros índices cresciam (veja a arte).
Em 2006, o salário mínimo era de R$ 350 contra R$ 937 (a partir de 1º de janeiro) — variação de 168%. Os vencimentos de motoristas e cobradores subiram 165%: de R$ 880 para R$ 2.333,45 e de R$ 460,40 para R$ 1.219,84, respectivamente. A inflação aumentou 90,91%, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o litro do óleo diesel foi reajustado em 77% — passou de R$ 1,70 para R$ 3.
Os aumentos nas passagens nesse período, já incluídos os anunciados nesta sexta-feira (30), são inferiores a todas essas porcentagens. As linhas circulares internas foram reajustadas em 66,67%, assim como as de viagens de longa distância, do metrô e da integração. Em cifras, isso significa passar de R$ 1,50 para R$ 2,50 para as circulares internas e de R$ 3 para R$ 5,00 para longa distância, metrô e integração. Nas de ligação curta, o reajuste foi de 40%: de R$ 2,50 para R$ 3,50.
O secretário de Mobilidade, Fábio Damaceno, enfatiza os aspectos social e financeiro da medida. “O reajuste vem para garantir o nível de gratuidade no sistema, não interferir na parte social, e ajudar no reequilíbrio das contas do governo, pois o subsídio é muito além do que temos disponibilidade de pagar”, explica.
Em setembro de 2015, o governo de Brasília fez o primeiro reajuste nas tarifas do transporte público em dez anos. A medida reduziu em 23% o complemento tarifário (diferença entre o preço real da passagem e o repassado ao usuário), quantia bancada pelos cofres públicos. Ainda assim, o Estado gastou cerca de R$ 600 milhões em 2016 com o subsídio ao transporte público.
“É necessário reajustar para não estagnar o sistema, buscar um transporte melhor e trazer tecnologia”, complementa o secretário de Mobilidade. A estimativa é reduzir, em 2017, cerca de R$ 180 milhões de gastos — R$ 125 milhões com as cinco empresas de ônibus do DF; R$ 45 milhões com a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF); e R$ 10 milhões com a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB).
Em 2014, o governo bancava 16,7% das passagens de transporte público no DF com gratuidades. Esse número subiu para 22% em 2015 e para 27,8% neste ano — valor repassado às empresas de ônibus que integram o sistema do DF, à TCB, às cooperativas e ao Metrô. Em outubro e novembro, o porcentual chegou a 33%, enquanto a média nacional é de 15%.
No caso das empresas que operam as cinco bacias, o governo de Brasília subsidia 50% dos custos. Isso ocorre porque ainda há gastos com a tarifa técnica, e há diferença entre o preço real da passagem e o repassado à população.
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